segunda-feira, 21 de junho de 2010

INVERNO - 21 DE JUNHO


Um poema de inverno

Há uma nitidez quase calculada
nesses dias de inverno.
Idéias conservam-se como fragrâncias,
pedindo para ser usadas gota à gota.
Com todo cuidado.
Emoções configuram-se lentamente
escolhendo cuidadosamente as palavras.

Quase não se procura as sombras,
esquecidas ou mal percebidas.
É na diminuta fagulha de calor
que a inspiração nasce
e compõem-se as canções.
Há uma instintiva busca de luminosidade.
até mesmo nas lembranças mais remotas.

Assim devem ter surgido os primeiros devaneios
em torno do fogo aconchegante.
Quando os homens prescrutavam todos os mistérios,
antes que a fumaça se esvanecesse.

Agora acionando o interruptor
faz-se a luz,prática e artificial.
Fumaça, é´prenúncio de emergência.
E fogueiras, há muito deixaram de ser
brincadeira de criança.

Resta acionar as fagulhas de imaginação.
Para acender os primeiros lumes
deste recanto mais seguro,o coração.
Onde incêndios transformam-se em sentimentos,
temores dissolvem-se nas certezas.
E do inverno faz-se um cálido poema.
Que não precisa economizar palavras.

Mareluz
Publicado no Recanto das Letras em 20/06/2009

FONTE: http://recantodasletras.uol.com.br/poesias/1658421

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