quinta-feira, 10 de junho de 2010

10 de Junho - Dia da Língua Portuguesa: você já se adaptou às novas regras?



Confira como a reforma poderá influenciar a sua rotina.
Por Renan Pereira


Dezembro de 2012! Esse é o prazo que os brasileiros têm para se adaptar ao Acordo Ortográfico, pacto selado desde o início de 2009 entre os países lusófonos; ou seja, aqueles que têm a Língua Portuguesa como idioma oficial. “Mas o que isso significa?”, perguntar-me-ia o mais acanhado dos internautas. Isso significa que a partir do dia 1º de janeiro de 2013 não será mais aceita, por exemplo, a escrita das palavras idéia, lingüiça ou infra-estrutura. Pelo menos não dessa forma, agora elas passam a ser: ideia, linguiça e infraestrutura.

“E isso poderá afetar diretamente o meu cotidiano?” A resposta é sim! Quer um exemplo? Um professor de vestibular não estará errado se descontar um ponto da sua nota por você ter escrito 'anti-social' em vez de 'antissocial'. Percebe? Ok; de fato, este é um exemplo muito restrito, mas existem diversas outras formas práticas para que este pequeno detalhe atrapalhe a sua vida. E por que decidimos trazer este assunto à tona justamente agora? Explico: dia 10 de junho é comemorado o Dia da Língua Portuguesa e, é claro, não podíamos deixar de falar sobre o maior acontecimento nesse aspecto nos últimos anos: a reforma de nossa língua.

Dê-me um minuto para esclarer algo importante aos leitores mais leigos antes de prosseguir: o Acordo Ortográfico é um tratado assinado por oito países espalhados pelo mundo, são eles: Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor Leste. De acordo com o documento, o objetivo do projeto é reunificar a língua portuguesa, já que cada um dos países que têm o português como língua oficial apresentavam nítidas diferenças em seus dialetos.

Mas será que a reforma veio para ajudar ou dificultar ainda mais nosso idioma? Uma matéria do Itu.com.br mostrou, em 2008, que antes mesmo da reforma entrar em vigor, professores de todo o Brasil receberam treinamento para aplicar os novos conceitos do idioma. Conversamos com alunos e educadores da rede de ensino nacional (público ou privado) para saber como estão sendo desenvolvidas as aplicações.

Segundo a professora de língua portuguesa, Maria José, os alunos da rede de ensino público se mostram interessados com a mudança. “Eles estão sempre atentos às transformações da nova linguagem e normalmente questionam as novas regras”. Apesar disso, ela afirma que não existe grande preocupação por parte do poder público para que as novas normas sejam implantadas. “Não existe nenhum tipo de fiscalização por parte da rede de ensino. Normalmente, a implementação das regras fica a critério dos próprios professores”, esclarece.

E no ensino privado? Conversamos com a estudante do 3º ano do ensino médio, Luciana Maeda. Ela questionou a eficácia das mudanças. “Será que essa transformação realmente ajuda a tornar o nosso idioma universal? Será que essas regras não confundem ainda mais os estrangeiros?”. A estudante afirma ainda que o próprio ensino não favorece à aprendizagem das normas. “Os professores de língua portuguesa ainda não adotaram um método de ensino renovador para os alunos que foram educados com a antiga forma, o que é bem preocupante - já que muitos já estão prestes a concluir o ensino médio e prestar vestibulares e concursos”.

No ensino superior, a coisa parece não ter tomado um rumo diferente. “Não exijo as novas regras dos meus alunos. E eles não a utilizam. Para ser sincero, imagino que a maioria não conseguiria dar mais do que dois exemplos das modificações. Não peço porque a norma ‘antiga’ ainda é válida por um certo tempo. Infelizmente, o trabalho atual na faculdade é fazer o aluno trabalhar bem com a Língua Portuguesa de maneira bem simplória mesmo”, explica o professor de comunicações sociais, Ulisses Velasco.


Resta-nos saber agora o que acontecerá nos próximos anos até que a lei entre integralmente em vigor. Velasco opina: “Os professores, principalmente de língua portuguesa, terão que bater firme nas modificações para que os alunos não errem tanto quando a norma for a única. E os professores de outras matérias terão que ficar atentos para não permitir uma ‘salada’ por parte dos alunos. Isto é, manter uma unidade nos textos (ou só a norma velha ou só a nova) e reforçar como é a nova norma, para os alunos irem se acostumando aos poucos.

Uma coisa é certa: o quanto antes começarmos a nos acostumar com as regras melhor. Afinal, para que deixar para começar daqui dois anos o que dá para começar agora, não é mesmo? Então vai uma dica: acesso o nosso Guia prático sobre a nova ortografia elaborado pelo professor Douglas Tufano e comece a praticar a nova língua portuguesa.

Nossa Língua

Nossa língua é, atualmente, uma das cinco mais faladas no mundo. Aproximadamente 180 milhões de pessoas utilizam-na como língua materna. A língua portuguesa pertence à classe das línguas românicas. A sua origem teve início no latim falado, levado para a Península Ibérica por volta do século II a.C., devido as conquistas políticas do Império Romano.

Mesmo tendo adotado o idioma de seu colonizador, o Brasil possui modos de escrever e de falar que foram surgindo com o passar do tempo. Apesar de ser a mesma língua, o nosso português é diferente da que encontramos em Portugal; sem falar nos demais países que fazem o uso da língua. Só no Brasil, podemos encontrar centenas de dialetos, fator este que ressalta a miscigenação de culturas do nosso país.

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